segunda-feira, novembro 26, 2007

EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE BOA SAÚDE

Neste 11/12/2007 Boa Saúde está completando 54 anos de emancipação política. Começou como local de pouso, na primeira metade do século XIX, por conta do poço da Pedra Grande, no rio Trairi, e por conta da hospitalidade dos seus primeiros habitantes. Enquanto o poço oferecia condições de trato dos animais de montaria e de carga, Antônio Badamero, no começo, e depois, José Calazans e José Júlio ofereciam “arrancho” aos tropeiros nas suas idas e vindas entre o Agreste e o Sertão.
Localizado na data do Lerdo, no município de São José de Mipibu, o povoado em formação recebeu o nome de Boa Saúde, após a edificação de uma capela dedicada a N. S. da Saúde. A referida capela foi construída por iniciativa de Luiz Cachoeira, cuja imagem da santa mandou buscar na Europa, mais precisamente em Portugal onde teve origem a devoção a N. S. da Saúde.
Boa Saúde passou a fortalecer-se como povoado no início da década de 1930 contando com uma concorrida feira e com o cultivo do algodão, chegando a possuir duas descaroçadeiras. As principais lideranças daquela época eram José Heronides da Câmara e Manoel Joaquim de Souza (Neco de Sinhá). Em 1935 foram construídos o mercado público, o grupo escolar e a cadeia e, no ano seguinte passou a Zona Fiscal com a instalação de uma agência arrecadadora. Em 1938 Boa Saúde foi elevada à categoria de vila, passando a ser administrada por um sub-prefeito.
A sua emancipação política ocorreu em 11/12/1953, com a denominação de Januário Cicco, em homenagem ao Dr. Januário Cicco, médico nascido em São José de Mipibu. As principais lideranças políticas que estiveram a frente do movimento pela sua emancipação foram: Antônio Augusto de Souza, Manoel Teixeira de Souza (Nezinho) e Manoel Ribeiro de Andrade.
Do dia da emancipação política até 11/12/2007 já se passaram 54 anos. Muita coisa mudou e ainda precisa mudar. Enquanto muitas pessoas se foram, outras chegaram. Enquanto umas passaram outras permanecem. E, cada uma deixando o seu “rastro”, segundo a sua vontade de contribuir e a sua possibilidade e capacidade de construir.
As gerações anteriores nos deixaram uma herança material (construções, espaços naturais, imagens sacras, obras de arte e outros bens de valor artístico e histórico) e imaterial (costumes, tradições, culinária, etc) que nem sempre sabemos valorizar e preservar. Boa Saúde, lamentavelmente, já perdeu grande parte do seu patrimônio, da sua memória. O que vamos deixar para as futuras gerações? Ainda há tempo para salvar o que resta deste legado e, construir um futuro bem mais próspero a partir da valorização e investimento no desenvolvimento das potencialidades do município e na preservação do seu meio ambiente.
Boa Saúde tem como uma das principais potencialidades o fato de 66% da população residir no meio rural, a maioria vivendo da agricultura familiar que, além dos produtos de subsistência, produz grande quantidade de mandioca que apenas parte é beneficiada no município e, a castanha de caju, um produto de exportação, cuja produção sai toda in-natura deixando de gerar emprego e renda, pela falta de beneficia-mento como acontece na Serra do Mel. A cultura do caju possibilita, ainda, a criação de abelhas para a produção de mel, uma atividade bastante lucrativa. Outro potencial que o município possui são as barragens localizadas no rio Trairi. A de Boa Saúde possibilitando o desenvolvimento do turismo e a de Guarani a criação de peixes. Esses são apenas alguns exemplos das possibi-lidades que o município possui para promover o seu desenvolvimento sustentável, oferecendo melhores condições de vida à população.
José Alaí de Souza

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