segunda-feira, janeiro 26, 2009
TURISMO RELIGIOSO EM BOA SAÚDE
O objetivo deste artigo é despertar a atenção dos poderes executivo, legislativo e judiciário do município, órgãos públicos, igreja e outras entidades, forças produtivas e a população de Boa Saúde/ RN, para o potencial que a cidade possui em relação ao desenvolvimento de uma modalidade de turismo: o religioso. Modalidade diferente de todos os outros segmentos do mercado do turismo, pois tem como motivação fundamental à fé, estando, portanto ligado profundamente ao calendário religioso da localidade receptora do fluxo turístico.
A EMBRATUR definiu o turismo religioso como aquele motivado pela fé ou necessidade de cultura religiosa, seja através de visitações a igrejas e santuários, seja por peregrinação, romarias ou congressos eucarísticos.
Segundo a mesma entidade, o turismo cultural é aquele que se pratica para satisfazer o desejo de emoções artísticas e informações culturais, visando à visitação a monumentos históricos, obras de arte, relíquias, antiguidades, concertos, musicais, museus. Um, portanto está, de certo modo, muito associado ao outro.
O turismo religioso, pouco difundido no Rio Grande do Norte, pode contribuir consideravelmente para transformar determinadas localidades, como Boa Saúde, num lugar privilegiado de evangelização, de celebração e de promoção humana, fortalecendo a prática da vivência cristã através dos diversos serviços, pastorais, associações e movimentos religiosos. Pode, ainda, proporcionar à comunidade momentos fortes de animação e celebração para o povo em geral, além da festa da padroeira e outros eventos tradicionais.
Boa Saúde possui um grande potencial para o turismo religioso, a começar pelo nome do povoado que teve origem na devoção a Nossa Senhora da Saúde, como mostra a sua memória histórica, através de mais de uma versão: Uma de que romeiros teriam trazido a imagem de Nossa Senhora da Saúde, do Juazeiro no Ceará, e que a partir daí o povoado passou a chamar-se Boa Saúde. Outra, de que os Cachoeira teriam construído uma capela dedicada a Nossa Senhora da Saúde, depois que uma pessoa da família ficou curada após banhar-se no rio onde existia muito muçambê. E, ainda a mais provável, de que um viajante teria adoecido quando de passagem pela localidade e ao ficar curado teria exclamado: “este é um lugar abençoado, um lugar de muita saúde”.
A construção da capela dedicada a Nossa Senhora da Saúde não foi por acaso: teve como origem mais provável o fato de uma pessoa ter sido curada alcançando uma graça pela sua intercessão. E, deste fato, a repercussão maior foi o crescimento do povoado sob a devoção a Nossa Senhora da Saúde, devoção que extrapola seus limites.
Outro aspecto que potencializa o turismo religioso em Boa Saúde é a magnitude da festa da padroeira, considerada um dos maiores eventos religiosos da região Agreste Potiguar. São mais de 131 anos de tradição que, a cada ano, conta com maior organização em termos das celebrações religiosas e sócio-culturais, tendo como consequencia: o aumento do fluxo de devotos, de pagadores de promessas, de boasaudenses em visita a sua terra natal e de público em geral, estimado entre 12 e 15 mil pessoas por noite, durante 31 de janeiro e, 01 e 02 de fevereiro, todos os anos.
Alem dos aspectos evidenciados, há de se considerar, ainda, que no Rio Grande do Norte a devoção a Nossa Senhora da Saúde tem como centro a cidade de Boa Saúde e, não se tem notícia de outro município, nos demais estados do Nordeste que tenha como padroeira Nossa Senhora da Saúde.
Estudar estas potencialidades e elaborar uma proposta para a implantação do Turismo Religioso no município de Boa Saúde, de acordo com a realidade, traçando metas e fazendo parcerias, beneficiará as seguintes vertentes:
1) O fortalecimento da evangelização, da vivencia cristã e da promoção humana;
2) O fortalecimento da economia e dos aspectos sócio-culturais, históricos e políticos.
Um projeto dessa natureza e magnitude requer o comprometimento, o empenho e a parceria do poder público (legislativo, executivo e judiciário), da igreja, das forças produtivas e da sociedade civil como um todo.
Boa Saúde(RN), 25 de janeiro de 2009.
José Alaí de Souza
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