sábado, agosto 01, 2009

CONVERSANDO COM DONA ZEFINHA

Dona Zefinha é uma referência em Boa Saúde. É muito bom conversar com ela, com quem aprendemos muitas lições de vida e muito ficamos sabendo sobre o passado e a história de Boa Saúde. Na nossa conversa mais recente, quase nesse final de julho, o assunto foi como uma “colcha de retalhos”. Pedacinhos daqui e de acolá que deixam de ser, apenas, lembranças para se tornarem um resgate da nossa história.
Dona Zefinha nasceu no Trangola, um sítio localizado na zona rural de Currais Novos. Ela contou que veio para Boa Saúde em 1932. Mas, antes, em 1929 o seu pai Cirilo Carolino incluiu Boa Saúde na sua rota de viagem entre o Sertão o Agreste, conduzindo mercadorias, numa tropa de burros mulos. Geralmente trazia algodão para Nova Cruz e voltava com café em grãos, fumo de rolo e rapadura para o sertão. Nessa época as principais lideranças de Boa Saúde eram Heronides Câmara e Manoel Joaquim de Souza (Neco de Sinhá) que era muito amigo do seu pai e o incentivou para morar em Boa Saúde. Ao chegar a Boa Saúde Seu Cirilo, residiu numa das casas localizadas em frente à igreja, pertencente a Neco de Sinhá até 1934. A mesma casa onde antes havia morado Otto Hackradt, casado com Nevinha; depois morou Nezinho de Souza e, ainda hoje, reside a sua viúva Erotides.
No ano em que Seu Cirilo veio morar com a família em Boa Saúde, ocorreu a Intentona Comunista. Dona Zefinha lembra que na passagem de um grupo de revolucionários pelo lugar foi saqueado o primeiro e único caminhão de Boa Saúde, pertencente a Heronides Câmara, que chegou a ser preso juntamente com seu irmão Adauto Câmara que foi levado para a Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, onde ficou durante 09 anos. No livro Boa Saúde – Origem e História, encontra-se a seguinte referência a essas prisões: “O Senhor José Heronides da Câmara e Silva foi preso juntamente com o seu irmão Senhor Adauto Câmara, pelo que se sabe, não por terem aderido ao movimento, mas por perseguição política”.
Mudando de assunto, a conversa girou em torno de algumas pessoas que de uma forma ou de outra contribuíram para o crescimento de Boa Saúde. Começamos lembrando das pessoas que faziam “vendagens”: Mariinha Nicolau, Rita de Lino Cipriano, Maria de Pedro Nicolau, Bagre (dos Gatos) e Maria Júlio. Elas produziam; sequilho, “raiva”, bolo preto e bolo de milho, “solda” e muitas outras guloseimas. Dona Zefinha lembra que quando não existia padaria em Boa Saúde, vinha um senhor de São José de Campestre, chamado Maximino, com uma carga de pão, de oito em oito dias.
Continuando a conversa, lembramos das pessoas que faziam louça de barro: Belina, Chiquinha Louceira e Adelaide (de Gatos). Nos dias de feira tinha uma louça mais trabalhada, feita em Gangorra. Dos pedreiros mais antigos de Boa Saúde, lembramos de Antônio Caboclo, Gabriel Louro, Zé Alexandre, João Gregório e Chico Sertanejo.
Sobre a mercearia de Seu Sebastião Cleodon ela falou que foi construída em 1948 e quem fez a cobertura foi um carpinteiro da família dos Domingos, residente na Barriguda, no município de Santo Antônio, enquanto as portas foram feitas por João Birico, usando o serrote e outras ferramentas manuais. A casa de morada, Seu Sebastião construiu em 1952. Nas duas construções foram usados tijolos e telhas brancos produzidos nas lagoas da região.
Vejam no que deu a nossa conversa! Tornou-se um interessante resgate de aspectos do passado de Boa Saúde. Dona Zefinha muito agradecido! Qualquer dia desses eu volto pra a gente conversar um pouco mais.

José Alaí de Souza

Um comentário:

Anônimo disse...

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